sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

“O que é o Integralismo segundo seu criador Plínio Salgado?”


Afinal o que é o Integralismo? Esta foi a pergunta realizada pelo repórter da sucursal da Veja, em Brasília, Jose Carlos Bardawil ao Deputado Federal da Arena – SP, Plínio Salgado, principal líder da Acção Integralista Brasileira – AIB (1932-1937) e do Partido de Representação Popular – PRP (1945-1965). 

Esta pergunta poré m não foi isolada, Plínio Salgado, no mês de maio de 1970, teve amplo destaque na mídia impressa por ser autor de um relatório da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em Brasília, que propõe a censura as publicações eróticas. A atitude do então Deputado fez com que a Revista Veja dedicasse uma ampla reportagem sobre o autor do relatório, resgatando sua história e entrevistando esta figura, sendo esta uma das ultimas entrevistas realizadas antes do seu falecimento.

Trago aos leitores do Blog Populista a resposta de Salgado a principal pergunta do repórter e publicada na Revista Veja, do dia 13 de maio de 1970, página 23, pala sua importância para quem estuda o tema após 1937, já que a interpretação do que é a doutrina Integralista muda até mesmo para seu principal criador durante as dé cadas;

Jose Carlos Bardawil (Veja) - Afinal, que é o Integralismo? 

Plínio Salgado –O integralismo é a doutrina que decorre de uma filosofia integral. Afirmo que, depois do relativismo de Einstein, da física nuclear, não podemos ter do universo – e conseqüentemente do homem, da sociedade, das nações – visões parceladas e unilaterais.  
Não há problemas isolados, mas todos inter-relacionados, não sendo possível resolver determinada questão sem uma visão do conjunto e da co-relatividade dos fenômenos; a medicina moderna, principalmente depois da biotipologia de Nicola Pende, mostra-nos que o corpo humano funciona em conjunto, pela interdependência dos órgãos e das glândulas de secreção interna. Do mesmo modo, a nação: podemos nos unilateralizar visando este ou aquele problema, todos se interferem. O mundo e a unidade diferenciada a que se referia Aristóteles. Uma só lei rege os astros e os elementos constitutivos do átomo. Uma só lei rege o homem, como individuo e pessoa, como rege suas comunidades nacionais. Baseado nessa doutrina, tiro as conclusões sociológicas e políticas. Seria longo explicar uma filosófica nova, para homens do século XXI, quando ainda estamos neste século XX carregado pelos prejuízos do século XIX. Estou certo, porem, que as gerações futuras, renovadas, capazes de atender aos novos tempos, irão realizar essas idéias. Por enquanto, a preocupação são os tabus, o liberalismo de quase duzentos anos, o socialismo de 150 anos, o nazismo e o fascismo, cujas raízes são também velhas. Essa e ainda a linguagem de muitos que primam pela ignorância. E a ignorância merece comiseração. 


sábado, 11 de fevereiro de 2012

Parte III: “Interpretando Plínio Salgado através das caricaturas”


Nos próximos dias se aproxima a maior festa popular do nosso país, aproveito esta oportunidade de alegria e descontração para trazer ao leitor do Blog Populista mais uma charge da campanha Presidencial de 1955, na qual concorreu o Presidente do Partido de Representação Popular – PRP (1945-1965) Plínio Salgado.  

Conforme as outras charges já postadas neste blog, este desenho foi vinculado na Revista Manchete N.180, em 01 de outubro de 1955, na página intitulada “Candidatos em Nanquim” e produzida pelo advogado, funcionário da Caixa Econômica Federal, chargista do Jornal A Noite e autor dos livros “Hoje tem espetáculo” e “Bonecos de Alvarus”, Álvaro Cotrim. Esta interpretação se diferencia das demais publicadas na seção por outros artistas, por associar claramente o candidato Populista ao Nazismo, além de trazer uma expressão impetuosa se aproximando da arrogância, com o braço levantado e o símbolo Integralista (Sigma) na lateral da blusa.

 Esta forma de registrar o candidato, e conseqüentemente os demais do período, é interessante justamente por se utilizar das maiores armas dos caricaturistas: o riso e o ridículo; através destes dois meios o artista busca a atenção do leitor sem se utilizar muitas vezes da escrita. Portanto, por ser uma seção humorística nos principais meios de comunicação não se deve ser levada com seriedade como aconteceu a certos candidatos, ao contrario muitos políticos utilizaram deste meio para propagar suas campanhas, fazendo com o que antes era ruim se transformasse em bom, angariando assim votos.