sexta-feira, 26 de outubro de 2012

“Ovídio da Cunha, pioneiro no estudo sobre o Integralismo brasileiro”


As duas ultimas postagens destinadas ao Prof. Dr. Helgio Trindade acarretaram em diversos questionamentos por parte dos freqüentadores do blog Populista sobre os critérios para creditar a Trindade o pioneirismo no estudo do Integralismo brasileiro, alguns inclusive questionando seus méritos e realizações profissionais.  O objetivo das ultimas postagens foi simplesmente trazer uma critica literária da sua obra “Integralismo”, publicada na década de 1970, pela revista Veja, e uma entrevista publicada na Revista de História da Biblioteca Nacional, publicada 26/10/2010, portanto não entrarei no mérito da questão para validar sua obra.
Igualmente, hoje trago aos leitores critica literária publicada na Revista Brasileira - Synthese do Momento Internacional, n°09, ano 1935, 282 página, a qual faz uma exposição sobre a obra “Integralismo e Americanidade”, publicada pelo Sociólogo  Prof. Ovídio da Cunha, a qual transcrevo abaixo:
Acaba de sahir do prelo o terceiro livro de Ovidio da Cunha. Nelle vemos uma affirmação nítida de valor ao lado de uma demonstração de cultura invejável, principalmente por se tratar de um moço – moço que vem se affirmando nos seus trabalhos sobre a Sciencia Social, de maneira a que se possa esperar delle, e um futuro pouco remoto, obras de maior vulto.
Integralismo e Americanidade é um ensaio interessante, já pela maneira atrahente de expor que o auctor dia a dia aprimora, já pelo carinho com que nelle é deffendido o estudo corporativista – a grande novidade social dos nossos tempos.
E o mais interessante de se notar no trabalho do novel escriptor da Sociologia Christã é o desassombro com que combate Darwin, Hegel, Kant, Marx, argumentando, para contraditarlhes as teorias, com Berdaieff, que sobrepõe a Spengler, na qualidade de vizualizador mais perfeito da realidade moderna.
Acima imagem da reportagem publicada na Revista Brasileira - Synthese do Momento Internacional, n°09, julho a agosto de 1935, página 282 (Fonte: Biblioteca Nacional).   

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Parte II: “Helgio Trindade, pioneiro no estudo sobre o Integralismo brasileiro”


Conforme esperava, recebi inumeras criticas, via e-mail e Facebook, referentes a ultima postagem na qual declaro que o Prof. Dr. Helgio Henrique Casses Trindade destacasse, dos demais acadêmicos brasileiros, por ter sido um dos primeiros pesquisadores a estudar o movimento Integralista, em especial a Acção Integralista Brasileira – AIB (1932-1937). Gostaria de deixar claro que esta é uma opinião pessoal; existem, é claro, alguns equívocos na obra de Trindade, porém não se pode negar sua contribuição para o estudo da temática, bem como contribuições anteriores à sua obra, entre elas do Prof. Ovídio da Cunha, em sua celebrada obra “Integralismo e Americanidade”, Ed. Schmidt, ano 1935, fruto de um estudo de sociologia, participando, posteriormente o autor, da formação da cadeira de sociologia da Universidade Federal Fluminense - UFF.
É importante deixar claro que o objetivo da postagem anterior foi trazer aos leitores do blog Populista uma critica literária pouco conhecida do livro “Integralismo”, de autoria do Prof. Dr. Helgio Trindade, publicada na década de 1970, pela revista Veja. Seguindo este objetivo, divulgo o link para a entrevista concedida ao jornalista Marcello Scarrone publicada na Revista da Biblioteca Nacional, do dia 26/10/2010, nela o leitor poderá conhecer um pouco mais da figura de Trindade e seu entendimento sobre o Integralismo brasileiro.
www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/entrevista-com-helgio-trindade

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"Helgio Trindade, pioneiro no estudo sobre o Integralismo brasileiro"

Muitos acadêmicos contribuiram de diversas formas para o estudo do Integralismo, algumas contribuições benéficas, outras nem tanto, entre os principais estudiosos sobre o tema destaca-se a obra do cientista político, ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRG, o Prof. Dr. Helgio Henrique Casses Trindade.
 
Membro da Academia Brasileira de Ciências, nascido no Município de Encruzilhada do Sul - RG, em 1939, distingue dos demais por ser um dos primeiros acadêmicos brasileiros, a elaborar um estudo cientifico sobre a Acção Integralista Brasileira - AIB (1932-1937), publicado na década de 1970, fruto da tese de doutorado cursada na Universidade de Paris, enriquecida com mais de 150 entrevistas de antigos militantes do Sigma, intitulada "Integralismo", difundida pela editora Difusão Européia do Livro, com 388 páginas.
 
Atualmente é fácil encontrar a segunda edição do livro de Trindade, com imagens de documentos, gráficos e tabelas, porém criticas e entrevistas sobre o autor e sua obra são raras. Para os leitores do blog Populista que desconhecem esta importante contribuicção sobre a temática, divulgo a crítica literária escrita pelo jornalista Almyr Gajardoni, na revista Veja, n°297, em 15 de maio de 1974, página 117, com o título "Os anos Verdes", a qual transcrevo abaixo:

Integralismo, de Helgio Trindade; Digusão Européia do Livro, 388 páginas, 35 cruzeiros.

Para as novas gerações, Plinio Salgado é apenas uma figura caricata que aparece de quatro em quatro anos para recolher o magro produto do espólio eleitoral da Acção Integralista Brasileira. Mas, na década de 30, quando compôs a doutrina e o bizarro cerimonial de sua organização, lendo e, às vezes, copiando dos livros do fascismo já triunfante em outros países, Plinio Salgado chegou a parecer um "chefe" realmente assustador.

Sobre a experiência fascista brasileira pouco se escreveu e nada se pesquisou. Tanto que ao iniciar, em 1967, um curso de doutoramento na Universidade de Paris, sobre os anos 30 da Europa, o professor gaúcho Helgio Henrique Casses Trindade, 34 anos, teve a curiosidade de pesquisar o que acontecia no Brasil, na mesma época, e se surpreendeu com a penetração da AIB de Plinio Salgado, seus archotes fumegantes, camisas verdes, saudações de braço erguido e uma intensa movimentação por todo o país. A tese, enriquecida com os resultados de mais de 160 entrevístas pessoais que o autor manteve com antigos militantes da AIB, agora transforma-se em livro de inequívocas conclusões, entre as quais sobressai a certeza de que a doutrina integralista apoiou-se amplamente no fascismo europeu. No entanto, não se tratou de mero fenômeno de mimetismo ideológico, pois a adesão de importantes setores da população só seria possível com a existência de condições internas favoráveis. "Na realidade", afirma Trindade, "tais condições surgem durante a evolução histórica entre duas guerras mundiais pela conjugação dos conflitos econômicos, sociais e políticos com a crise ideológica das elites intelectuais."

Movimento de intelectuais - A pesquisa revela que em todos os níveis - nacional, regional e local - a direção da AIB, e da Sociedade de Estudos Políticos, que a precedeu, foi controlada pelos intelectuais da classe média, sendo mínima a participação dos grandes empresários.

Desta Maneira, nos seus arquivos aparecem, entre outros, nomes como os do historiador Gustavo Barroso, o jurista Miguel Reale, o atual governador do Estado do Rio, Raymundo Padilha, o ex-governador de São Paulo e agora senador Carvalho Pinto, o jurista, escritor e político Francisco San Thiago Dantas, os poetas Mennotti del Picchia e Cassiano Ricardo, o presidente da Sociedade Tradição, Família e Propriedade, Plinio Correia de Oliveira, ou o escritor e pensador católico Alceu de Amoroso Lima.

Houve quem recuasse, e até trocasse de trincheiras. Mas é possível que algumas daquelas idéias da mocidade circulem com alguns deles, ainda hoje, pelos salões da política brasileira. E talvez sejam necessários outros quarenta anos para que sua presença seja transformada em gráficos e tabelas, como no livro de Trindade.  
 

Acima imagem da noticia vinculada na revista Veja, n°297, em 15 de maio de 1974, p. 117.

sábado, 13 de outubro de 2012

Gustavo Barroso, Museu Histórico Nacional e a formação do Partido de Representação Popular – PRP (1945-1965).


O escritor, cronista e historiador Gustavo Adolfo Luiz Guilherme Dodt da Cunha Barroso, nascido em Fortaleza, capital do Ceará, em 1888, participou inicialmente das arregimentações para formação do Partido de Representação Popular – PRP (1945-1965), legenda essa que aglutinou grande parte dos ex-integrantes da extinta Açcão Integralista Brasileira – AIB (1932-1937), pelo Estado Novo (1937-1945). Gustavo Barroso, desencantado com os rumos tomado, deixou as negociações de lado, dedicando-se, nos anos subsequentes, aos seus trabalhos como escritor e historiador, em especial para a consolidação do primeiro Museu de história do país, o Museu Histórico Nacional - MHN, voltado principalmente a instrução pública, idealizado, criado e dirigido por ele , até o ano de 1959.

Estruturado inicialmente em duas seções: Arqueologia e História, foi sendo ampliado gradativamente durante os anos, sendo atualmente referência na conservação da história nacional, e reconhecido como um dos principais aparelhos culturais do Brasil, além de ter sido criado, pela instituição, em 1932, o primeiro curso de museus das Américas, com o intuito de fornecer uma formação técnica, especializada aos futuros profissionais que atuariam nos museus espalhados pelo país.

No mês de agosto o Museu Histórico Nacional completou 90 anos de existência, sendo os eventos festivos amplamente divulgados, a exposição comemorativa do aniversário da instituição ficará em cartaz até o dia 14 de outubro de 2012, aonde o visitante poderá encontrar grande parte da trajetória da instituição, representada por 350 peças, divididas em módulos temáticos. Ao longo do percurso o visitante também poderá interagir com a exposição que apresenta fotografias da evolução do conjunto arquitetônico do MHN, algo pouco comum nos museus brasileiros. 

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Museu Histórico Nacional
Praça Marechal Ancora, s/n, próximo a Praça XV



Acima imagem da carta escrita por Gustavo Barroso pedindo isenção ao Tribunal de Segurança Nacional dos acontecimentos referentes ao processo de 11 de maio de 1938, conhecido pela historiografia oficial como Intentona Integralista (Fonte: Museu Histórico Nacional). 

sábado, 6 de outubro de 2012

“O Manifesto de Outubro de 1932 é tema na VII Semana de História Política da UERJ”


Prezados leitores do blog Populista é com grande satisfação que informo aos senhores que o trabalho cientifico denominado “O Manifesto de Outubro, ontem e hoje”, de minha autoria, foi selecionado para participar, no dia 25/10/12, entre as 16h às 18h, da VII Semana de História Política da UERJ, que será realizada no campus do Maracanã, localizado na Rua São Francisco Xavier, n.524, Maracanã – RJ, Pavilhão João Lyra Filho, Bloco F, 09 andar. Este importante evento acadêmico se soma a vários outros realizados este ano que trará diversas mesas temáticas relacionadas ao Regime Vargas, porém com uma peculiaridade, é o único, até então realizado, que terá uma mesa dedicada ao estudo do Manifesto de Outubro de 1932, que completará no dia 07 de Outubro de 2012, 80 anos da sua publicação no Estado de São Paulo - SP. Abaixo detalhes sobre a mesa temática, maiores informações acesse:


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25/10/2012 (Quinta-feira) – 16h às 18h – Sala RAV-84 - Mesa 53
Dimensões do Regime Vargas – II
Coordenação: Prof. Dr. Orlando de Barros – PPGH/UERH
Clayton Hackenhaar – Mestrando (a) / UFSC
“A Campanha de Nacionalização em Santa Catarina: aspectos políticos de uma integração cultural.”
Guilherme Jorge Figueira – Especialização (concluída) / UCAM
“O Manifesto de Outubro de 1932 – ontem e hoje.”
Izaac Erder Silva Soares – Mestrando (a) / UFOP
“Aspectos do envolvimento brasileiro na Segunda Guerra Mundial.”
Thiago Cavaliere Mourelle – Doutorando (a) / UFF
“Alianças, embates e tensão constante: Vargas e a Câmara dos Deputados (1934-1935).”

Acima imagem de divulgação do evento realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, através do programa de Pós-graduação em história.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

“Documentário sobre Integralismo em Cachoeiro de Itapemirim - ES disponível para download”

O documentário de autoria do Diretor Diego Scarparo denominado O Que Bererico Vai pensar?, que estréiou durante a IV Bienal Rubem Braga, em Cachoeiro de Itapemirim – ES,  já foi motivo de uma postagem no mês de maio de 2012, porém agora informo aos frequentadores do blog Populista que a película se encontra disponível para download no endereço:  http://vimeo.com/47322939.
 
O espectador poderá, assistindo o filme, encontrar aspectos sociais e políticos interessantes sobre a disputa de poder no interior do Espírito Santo – ES, além é claro da forte presença do Integralismo e seus opositores  nesta localidade. Para maiores detalhes sobre o filme, acesse: www.historia-do-prp.blogspot.com.br/2012/05/blog-post.html
 
 
 
Acima imagem retirada do filme "O que Bererico Vai pensar?", de autoria do Diretor Diego Scarparo, produzida pela HG2 Studio e Cachoeiro Cult Filmes.