domingo, 8 de julho de 2012

A Revolução Constitucionalista de 1932, Plínio Salgado e o sacrifício de sangue paulista.


Amanhã, dia 09 de julho de 2012, comemora-se na cidade de São Paulo – SP os 90 anos da Revolução Constitucionalista de 1932. Plínio Salgado não participou das ações revolucionárias como seu conterrâneo de São Bento de Sapucaí – SP o Jurista Miguel Reale (1910-2006), por opção, optou por se afastar do palco dos acontecimentos, mesmo concordando com as principais teses esposadas pelos paulistas, dentre elas a promulgação da Constituição Federal vigente; dedicou-se apenas a escrever artigos jornalísticos, ás reuniões da Sociedade de Estudos Políticos – SEP, fundada no dia 24 de fevereiro de 1932 e a terminar o livro O Cavaleiro de Itararé, obra dedicada à mocidade civil e militar do Brasil que tanto sofreu durante o conflito armado.  

Em homenagem ás comemorações pela Revolução Constitucionalista de São Paulo (1932) trago aos leitores do blog Populista artigo publicado nos Diários Associados, no dia 02 de julho de 1967, intitulado Revoluções Brasileiras, neste interessante trabalho Salgado aborda diversas revoluções que ocorreram no Brasil, demonstrando que o povo brasileiro não e passivo como alguns gostam de afirmar, abaixo transcrevo a parte referente à revolução de 1932:  “Eleito Julio Prestes, Minas e Rio Grande não se conformaram. O clima revolucionário já existia criado pelos remanescentes da revoluções anteriores. Havia os elementos essenciais para deles se aproveitarem os oportunistas empenhados na luta hegemônica. E, assim, com o titulo de “Aliança Liberal”, que era um chamariz para os inquietos, os insatisfeitos, os despeitados e os incautos, tirando ao movimento o caráter de briga entre as oligarquias dos três Estados, eclodiu a revolução de 1930, em outubro. Vencedora, o liberalismo transmudou-se em ditadura, com o rotulo ultra-ditatorial de “governo discricionário”. Abolia-se a Constituição, suprimia-se a autonomia dos Estados, governados agora por prepostos do ditador, extinguiam-se os partidos, e, a sombra dessa tirania, enxameavam os grupos variados e contrastantes, desde os dos “tenentes” aos “Clubes” e “Legiões Revolucionarias”. Era Anarquia.

Foi nesse momento – sempre em julho – que o povo paulista se levantou, exprimindo a clara consciência jurídica e o superior idealismo da gente bandeirante.

A 9 de julho desfraldou-se a bandeira das trezes listras. Tendo falhado os compromissos assumidos pelos governadores de Minas e do Rio Grande, São Paulo marchou sozinho. A calúnia da ditadura anunciava a Revolução Constitucionalista como tentativa separatista. O povo brasileiro foi ludibriado por mais essa mentira. Sitiados em todas as suas fronteiras, os paulistas lutaram sozinhos. O seu sangue foi derramado em holocausto a Democracia, a Liberdade, a Lei. Vencidos militarmente, triunfaram de maneira total no espírito da Nacionalidade. O ditador foi obrigado a convocar uma Constituinte. Em 1934 o Brasil saiu das trevas do caudilhismo e entrou na estrada larga de uma vida constitucional”. 


Acima imagem parcial do artigo publicado nos Diários Associados, no dia 02 de julho de 1967, intitulado Revoluções Brasileiras de autoria do Dep. Federal Plínio Salgado. 

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