Conforme prometido na última postagem, irei abordar a participação de três personalidades que estiveram presentes no levante Integralista, ocorrido em 11 de maio de 1938. O segundo personagem escolhido é D. João Maria de Orléans e Bragança, membro da família imperial brasileira, na época aviador naval da reserva.
A participação de D. João Maria de Orléans e Bragança é cercada de mistério, segundo o pesquisador Sergio Vasconcellos, "o camisa-verde participou do ataque ao Palácio, quando foi dada ordem de debandar, após o malogro da revolução, ele dirigiu-se ao seu automóvel que estava estacionado em rua próxima, onde foi interceptado pela Polícia que o prendeu imediatamente. Quando os policiais o identificaram como sendo um príncipe e Integralista ainda por cima começaram a espancá-lo, e depois de muito brutalizado, aí é que o levaram para o hospital, segundo dos companheiros velha guarda", entretanto, algumas outras fontes indicam o contrário.
O historiador Hélio Silva, autor do livro "1938 - Terrorismo em Campo Verde", indica que o príncipe se encontrava saindo de um jantar, transitando em seu automóvel pela localidade dos conflitos entre revolucionários e o governo federal, ocorrendo o ferimento devido ao confronto, sendo socorrido nas proximidades e posteriormente transferido para o hospital, segundo o escritor: "A polícia encontrou, mais tarde, o carro de D. João abandonado, com revólveres, punhais e documentos integralistas em seu interior. O imperial proprietário estava ferido no nosocômio de um integralista. Dirigira-se fardado para o foco da rebelião. Cedera seu carro a um fugitivo do ataque ao Palácio Guanabara. Custou muito a provar que não era revolucionário.
Os jornais do período abordaram outro aspecto, indicando uma possível participação de D. João Maria de Orléans e Bragança, segundo o jornal A Manhã, do dia 12 de maio de 1938: "D. João encontra-se internado, em estado grave, na Casa de Saúde São Geraldo. Foi atingido por um projetil de arma de fogo na cabeça, na rua do Catete, em frente ao Palácio do Catete. Segundo puderam apurar as autoridades policiais, o carro em que viajava o príncipe foi alcançado por dois projeteis que lhe atravessaram o para-brisa, um dos quais atingiu o príncipe, que manobrava o carro na ocasião, como para penetrar no palácio".
Acima jornal Folha da Manhã, do dia 13 de maio de 1938, página 05, com a reportagem "Estaria comprometido na intentona o príncipe de Orleans e Bragança" (Fonte: Jornal da Manhã).
Reportagem publicada no jornal Folha da Manhã, do dia 31 de maio de 1938, página 01, com a reportagem "O príncipe D. João deverá depor hoje sobre o golpe integralista do dia 11" (Fonte: Jornal da Manhã).
Recorte publicada no jornal Folha da Manhã, do dia 14 de maio de 1938, página 04, com a reportagem "Rigorosa syndicancia será feita em torno da pessoa do príncipe D. João" (Fonte: Jornal da Manhã).
Na internet é possível encontrar diferentes fontes que indicam a participação de D. João Maria de Orléans e Bragança na Acção Integralista Brasileira - AIB (1932-1937), inclusive em próprios endereços virtuais sobre a família real brasileira encontra-se referência do gênero, infelizmente o livro de memórias escrito por D. João não foi encontrado, o que poderia trazer maiores informações sobre o episódio.
Sobre o levante Integralista de 11 de maio de 1938, acesse: