Amanhã, dia 09
de julho de 2012, comemora-se na cidade de São Paulo – SP os 90 anos da Revolução
Constitucionalista de 1932. Plínio Salgado não participou das ações revolucionárias
como seu conterrâneo de São Bento de Sapucaí – SP o Jurista Miguel Reale
(1910-2006), por opção, optou por se afastar do palco dos acontecimentos, mesmo
concordando com as principais teses esposadas pelos paulistas, dentre elas a promulgação
da Constituição Federal vigente; dedicou-se apenas a escrever artigos jornalísticos,
ás reuniões da Sociedade de Estudos Políticos – SEP, fundada no dia 24 de
fevereiro de 1932 e a terminar o livro O
Cavaleiro de Itararé, obra dedicada à mocidade civil e militar do Brasil
que tanto sofreu durante o conflito armado.
Em homenagem ás comemorações
pela Revolução Constitucionalista de São Paulo (1932) trago aos leitores do
blog Populista artigo publicado nos Diários
Associados, no dia 02 de julho de 1967, intitulado Revoluções Brasileiras, neste interessante trabalho Salgado aborda
diversas revoluções que ocorreram no Brasil, demonstrando que o povo brasileiro
não e passivo como alguns gostam de afirmar, abaixo transcrevo a parte referente
à revolução de 1932: “Eleito
Julio Prestes, Minas e Rio Grande não se conformaram. O clima revolucionário já
existia criado pelos remanescentes da revoluções anteriores. Havia os elementos
essenciais para deles se aproveitarem os oportunistas empenhados na luta hegemônica.
E, assim, com o titulo de “Aliança Liberal”, que era um chamariz para os inquietos,
os insatisfeitos, os despeitados e os incautos, tirando ao movimento o caráter de
briga entre as oligarquias dos três Estados, eclodiu a revolução de 1930, em
outubro. Vencedora, o liberalismo transmudou-se em ditadura, com o rotulo ultra-ditatorial
de “governo discricionário”. Abolia-se a Constituição, suprimia-se a autonomia
dos Estados, governados agora por prepostos do ditador, extinguiam-se os
partidos, e, a sombra dessa tirania, enxameavam os grupos variados e
contrastantes, desde os dos “tenentes” aos “Clubes” e “Legiões Revolucionarias”.
Era Anarquia.
Foi nesse momento – sempre em julho – que o povo paulista se levantou, exprimindo a clara consciência jurídica e o superior idealismo da gente bandeirante.
A 9 de julho
desfraldou-se a bandeira das trezes listras. Tendo falhado os compromissos
assumidos pelos governadores de Minas e do Rio Grande, São Paulo marchou
sozinho. A calúnia da ditadura anunciava a Revolução Constitucionalista como
tentativa separatista. O povo brasileiro foi ludibriado por mais essa mentira.
Sitiados em todas as suas fronteiras, os paulistas lutaram sozinhos. O seu
sangue foi derramado em holocausto a Democracia, a Liberdade, a Lei. Vencidos
militarmente, triunfaram de maneira total no espírito da Nacionalidade. O
ditador foi obrigado a convocar uma Constituinte. Em 1934 o Brasil saiu das
trevas do caudilhismo e entrou na estrada larga de uma vida constitucional”.
Acima imagem parcial do artigo publicado nos Diários Associados, no dia 02 de julho de 1967, intitulado Revoluções Brasileiras de autoria do Dep. Federal Plínio Salgado.
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